quinta-feira, 1 de agosto de 2013

A crise do futebol brasileiro


É fato que o Brasil, apesar da vitória contra a poderosa Espanha pela Copa das Confederações, não é há muito tempo o país do futebol. As deficiências táticas e principalmente técnicas do nosso futebol estão escancaradas neste fraco Brasileirão.

De uns anos para cá, o futebol brasileiro perdeu muita qualidade. Agora, são os sistemas defensivos, chutões e lançamentos para a área que ditam o ritmo das partidas. Fundamentos básicos como o passe e a finalização hoje são vistos como elementos secundários - ou terciários - nos gramados. Basta ver com atenção alguns jogos do Campeonato Brasileiro para notar. São inúmeros cruzamentos mal feitos, chutões sem direção e muita, mas muita marcação.

Talvez por este motivo os considerados "velhinhos" estão dando show. Alex, do Coritiba, é até agora o melhor jogador do Brasileiro. O injustiçado armador tem 6 gols e 3 assistências em 10 jogos feitos no torneio. Seedorf já mostrou a que veio no ano passado, mas continua sendo o craque do Botafogo: são 3 gols e 4 assistências em 9 jogos do meia holandês. Zé Roberto é o terceiro exemplo: o Bola de Prata do ano passado tem 39 anos e continua liderando o forte Grêmio. Para completar a lista, temos Juninho Pernambucano. O ídolo vascaíno voltou, e tem nos 2 jogos que fez o mesmo número de gols e assistências.

As características em comum destes jogadores são muitas, mas duas delas são interessantes: os fundamentos básicos e a experiência na Europa. Os quatro passam a bola com maestria, se movimentam com inteligência, possuem bom senso de posicionamento e finalizam muito bem em qualquer distância, algo completamente escasso no futebol brasileiro atual. A passagem pelo velho continente talvez seja a causa: é lá que o jogador - brasileiro ou não - aprende de verdade alguns requisitos do futebol.

Enquanto lá fora ensina-se a essência do futebol, no Brasil se prioriza o físico, a bola alta e a marcação excessiva. Talvez também por este motivo nosso país é grande exportador de defensores - exceção feita ao garoto Neymar - há alguns anos. Tudo isso sem falar na péssima média de público presente nos estádios. É preciso mudar, antes que seja tarde demais.

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